“Nunca o saberei agradecer”

Há um turbilhão. Procuro dentro de mim o abrigo, cega às apalpadelas, e parece que me esqueci de o construir. Uma tempestade ameaça aproximar-se, e eu em desespero… não me preparei a tempo. Quando sabia que vinha aí.

Não sei se me hei-de zangar ou se continuo com medo. Se destruo para construir ou se deixo tudo tal como está. Não sei o que se passa aqui – dentro ou fora.
E não durmo. Mal existo.

Acendo uma vela e trago-O para perto de mim. Invoco. Rezo duas vezes. Passo a mão pelo rosto, muitas vezes, com o choro preso no fundo da garganta – choro que não sei de onde vem, nem porque não vem.

“Quantas vezes bate o coração / Sem nunca depender de mim”?

Coloco o cântico em loop. E preparo as galochas, pelo sim pelo não.
Amen

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