Como dizer “este é o último post” sem sentir o peso de que tudo chega a um fim?
Que deveria ser um fim perfeito, sublime, memorável? Digno das vezes que foi meu confidente, meu auto-conselheiro, que me fez exaltar mais ou que me arrefeceu a cabeça?
Como expressar algo para terminar, para finalizar, se há tanto que não disse, tanto que quererei dizer?

Pego nos números, que vão sendo certos:
117 artigos (inclusive este),
1 página,
8 categorias,
8 comentários,
7 rascunhos,
3018 visualizações,
1 seguidor,
46 meses.

Como explicar, como dizer que a estação chegou ao fim?
Que a Primavera não quer voltar aqui, que o Verão já acabou?
Não há um jeito fácil… não há um jeito simpático ou bonito.
Há a maneira mais simples e directa: Este é o último post.
Pois então… que seja assim.

Filme “(500) Days of Summer”

“Agradeço a sua carta.”

Ursula Doyle – “Cartas de Amor de Grandes Homens”

29/11/1920
Ofelinha:
Agradeço a sua carta. Ela trouxe-me pena e alívio ao mesmo tempo. Pena, porque estas coisas fazem sempre pena; alívio, porque, na verdade, a única solução é essa – o não prolongarmos mais uma situação que não tem já a justificação do amor, nem de uma parte nem de outra. Da minha, ao menos, fica uma estima profunda, uma amizade inalterável. Não me nega a Ofelinha outro tanto, não é verdade?
Nem a Ofelinha, nem eu, temos culpa nisso. Só o Destino terá culpa, se o Destino fosse gente, a quem culpas se atribuíssem.
O Tempo, que envelhece as faces e os cabelos, envelhece também, mas mais depressa ainda, as afeições violentas. A maioria da gente, porque é estúpida, consegue não dar por isso, e julga que ainda ama porque contraiu o hábito de se sentir a amar. (…)
Estas coisas fazem sofrer, mas o sofrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão de passar o amor e a dor, e todas as mais coisas, que não são mais que partes da vida?
(…)
Quanto a mim…
O amor passou. Mas conservo-lhe uma afeição inalterável, e não esquecerei nunca – nunca, creia (…).
Eu preferia (…) conservar as suas cartinhas como memória viva de um passado morto, como todos os passados (…).
Peço que não faça como a gente vulgar, que é sempre reles; que não me volte a cara quando passe por si, nem tenha de mim uma recordação em que entre o rancor. Fiquemos, um perante o outro, como dois conhecidos desde a infância, que se amaram um pouco quando meninos, e, embora na vida adulta sigam outras afeições e outros caminhos, conservam sempre, num escaninho da alma, a memória profunda do seu amor antigo e inútil. (…)
Fernando [Pessoa]

– – –

Para a condessa Ewelina Hanska
Oh como gostaria de passar metade do dia ajoelhado aos teus pés com a cabeça no teu regaço, sonhando belos sonhos, contando-te os meus pensamentos com langor, em enlevo, por vezes em silêncio, mas beijando o teu robe!…
(…)
Se a felicidade para uma mulher é saber-se a eleita de um coração, só ela, preenchendo-o por completo, segura de brilhar na inteligência de um homem como a sua luz, segura de ser o seu sangue, animando cada batida do coração, vivendo nos seus pensamentos como a substância mesma desse pensamento, e tendo a certeza de que é assim e assim será sempre.
Honoré de Balzac

– – –

Para Adèle Foucher, Janeiro de 1820
(…)
O que é que interessa, desde que não magoe a sua felicidade? Sim, se ela não pode amar-me, só a mim tenho de culpar. O meu dever é estar sempre próximo dela, rodear a sua existência com a minha, servir como uma barreira contra todos os perigos, oferecer-lhe a minha cabeça como apoio, colocar-me entre ela e todas as mágoas, sem reclamar nenhum prémio, sem esperar nenhuma recompensa. (…) Porque estou pronto a sacrificar tudo por ela, deve-me ela alguma gratidão? É culpa dela que eu a ame? Deve ela, bem vistas as coisas, sentir-se constrangida a amar-me? Não! ela pode brincar com a minha devoção, pagar os meus serviços com ódio, e repelir a minha idolatria com desprezo, sem que eu tenha o direito de me queixar daquele anjo (…). E tivesse um dos meus dias sido marcado por algum sacríficio feito por ela, nem assim haveria eu de, no dia da minha morte, ter resgatado coisa alguma da dívida infinita que a minha existência lhe deve!
(…)
Victor Hugo

“Quando cai a noite na cidade”

Dispus-me a fazer contas.
Achei que andava com insónias porque até às 3h e tal sinto uma despertina que nem consigo estar na cama… Acontece que se depois me levanto às 10h (ou às 11h) são 7 a 8 horas de sono. Logo, devo andar meramente com os sonos desregulados.
Talvez.

Ou é possível que seja medo…
Têm sido noites tempestuosas, de guerra entre os lençóis e o cobertor, entre a luz que passa pelos cortinados e os estores, o barulho da cama-beliche de cima, o ressonar pela casa, os sonhos e os maus sonhos… E dormir descansada nem na hora da sesta (que compensa as noites que terminam mais cedo, para ir trabalhar).
Talvez.

Ou então, e eu não sei explicar bem, tem a ver com a beleza da quietude.
Quando cai a noite na cidade, há todo um repouso, sobre tudo… Como um sobretudo, que tapa e esconde. Ainda assim há actividade, aqui e ali, tal como a roupa que vestimos por baixo do casaco.

Sentada na sofá, sem sono, farto-me da TV. Apetece-me calçar os ténis e ir correr, mesmo de pijama. Sinto um fluxo de energia inquietante e visualizo a cena, o trabalho dos pulmões a inspirar e a expirar, o esforço dos músculos que já perderam o treino, a dança do cabelo a bater-me nas costas e nos ombros. Dou um pulo e corro para a janela, onde estanco. Lá fora a noite caiu sobre a cidade, e esta sossega-me. Abro a janela, sinto o ar mais fresco e húmido dos chuviscos. Debruço-me na grade para espreitar toda a paisagem. Os prédios parecem mais parados do que o costume, mas na rotunda há um carro. Nas estradas há sempre carros, independemente da hora. Mesmo nas outras janelas que denunciam a vida que existe lá dentro, essa luminosidade é fraca, discreta, porque ainda não é dia. Porque há um silêncio estático no ar.
E tudo isto tem o seu quê de encantado.

“As cores da noite / Dão um brilho à cidade” onde “Há sempre um sonho e há magia”.
Anabela – “A Cidade (até ser dia)”

Mau (início) de semana

Ao fim de dois dias, o cenário para a semana é desanimador.
Dói-me a barriga, parti uma unha, tive um acidente de carro que envolveu uma bicicleta (mas cujo ciclista se encontra bem), uma amizade a ir à viola, uma mãe que me acusa de negligência familiar, poucas refeições dignas desse nome por falta de tempo, o meu quarto num estado igual ou pior do início do Verão (e eu sem saber por onde começar), dói-me a barriga e está frio.
O consolo de uma chávena de chá e de um bolo xadrez passou depressa…
Procuro conforto em tudo o que tenho à mão arrastando para a cama uma dezena romana, o telemóvel, o mp3, o computador, e o “Hades”. À minha espera estava uma almofada grande que quase me abraça, assim como a mantinha azul que fui buscar ao armário esta tarde.
Mas não acho posição… Estou toda dorida, sem saber se é da aula de dança (momento alto da semana até agora), se dos nervos ou se estarei a ficar doente. Também pode ser apenas falta de sono, por ter dormido quase até ao meio-dia…

A porta abre-se e especulo um ralhete pelas horas, pela luz acessa, pelo martelar das teclas. Nada. A matriarca sofre de insónias e vem apenas espreitar. Resolve ler o livro que lhe emprestei, a fim de que o sono venha mais depressa.
Termina assim o meu lamento. Cessa a minha auto-comiseração.
Posiciono-me e “positivo-me”: a semana não chegou a meio, mas apesar do que tenho para resolver tudo pode ficar bem. Pego num bocadinho de fé, junto-lhe boa vontade e concluo que com esforço consigo resolver tudo da melhor maneira. Mudo assim a minha oração. Deixa de ser (como diria um amigo) “Caramba, pá!” para “Faça-se como Queiras, que cá estarei para lutar pelo melhor”.
Medito e descentralizo-me de mim própria: pensando nos outros noto como os meus problemas não passam de meras arrelias. Lembro as dores do ciclista, as mágoas que provoquei, a paralesia que mal deixa a velhinha mexer-se, a falta de atenção a cada um dos membros da minha família… Ainda mais muda a minha oração. Quero ser instrumento cheio de luz e amor em vez de um furacão com más energias.
Digo aos anjos e aos arcanjos que quero estar do seu lado e ajudar no imenso trabalho que têm. Ofereço as minhas dores e tormentos, eu que estou deitada numa cama quente e confortável, de estomâgo cheio e com roupa lavada. Eu que estudo e trabalho, que danço, rio e passeio. E que ainda hoje recebi um vestido novo, o mais lindo do meu armário.

Eu, que sou tão abençoada. Aleluia!, voltou o bom humor.

Designação de categoria: Leitoras

“Tínhamos o nosso próprio mundo a que mais ninguém tinha acesso.”
“Halo”, Alexandra Adornetto

22H45
Momento precioso (e raro, pois estou deitada e de pijama):
A pequenina lê “Diário de um Vampiro Banana 2”. Eu estou absorta em “Halo”. Sou obrigada a deixar Xavier Woods (a minha mais recente paixão) por uns momentos…
– Oh Vera, eu não percebo… Existe um concílio de vampiros, mas a família dele é única… Como é que funciona? É um concílio familiar?
Não tenho resposta.
– Ai, estou cansada… Mas olha estou a ler tão bem que em vez de ler duas páginas li cinco!! Mas já chega…
Olho para o livro que tenho nas mãos: é o 2ºdia, vou na pág. 225, com perspectivas de acabar em breve as 166 que faltam.

Recordo outro quarto, outra casa, outra irmã, estas mesmas camas. “Lê em voz alta, Vera…”. E eu começava, fosse o Harry Potter, o Clube das Chaves ou qualquer outro, com grande entusiasmo. “Vera, estás a fazê-lo outra vez!”, “O quê?” dizia distraída, forçada a sair do livro… “Começas a ler alto, depois cada vez mais baixo, a seguir aceleras, por fim calas-te, mas fazes sons e ris sozinha!”.
Na verdade, ainda hoje o faço…
Com a idade desenvolvi a capacidade de ler e andar na rua, e é por isso que adoro andar de transportes. No mp3 tocam músicas de amores antigos de livros que ganham pó. A SM traduziu de maneira perfeita:
“… Foi o facto de adorar ler, de ter vivido mil aventuras – de ter sido mil heroínas, e me ter apaixonado mil vezes.
Volto a correr para Xavier Woods e para Gabriel, sabendo que estou apaixonada.. Já pouco importa a música ou a falta de sono da pequena. Ardo em ânsia para estar com eles, sem escolher um, e sabendo que tenho mais dois na secretária. E agradeço ao Senhor os dons que me concedeu. Oxalá um dia eu possa retribuir tudo o que de bom sinto… Oxalá Gabriel esteja por aí, e posso eu perceber o meu caminho.
Até lá, fujo para todos os mundos que encontro nas palavras de um bom livro, na melodia de uma canção… Sem me esquecer de ser feliz.

Tempo e inspiração

Setembro chega sem se fazer esperado.
Volta a rotina de trabalho, aulas e etc. Ninguém espera o fim das férias, o fim do Verão. Tal como não esperava que já se pusesse frio, ou estar onde estou.

Inicio projectos, debato ideias, penso e medito e crio mil aventuras novas!… Que com dor guardo na gaveta, tal como o pai da Wendy o faz com coragem.
Se me falta tempo, não me falta inspiração.
Mas se assim é, como passo de um dia de agenda preenchida a “arrumei o quarto e vi um filme”? Como explicar que quando tenho tempo fico sem inspiração?…

Talvez a solução para a falta de inspiração seja mesmo comer uma banana*. Talvez seja adoptar um Minion ou cantar a cantilena dos Estrunfes.
Pode ser viajar, dormir na praia ou dentro do carro, peregrinar.
Pode ser muita coisa.

E… para a falta de tempo? Para aquele que deixamos escapar, que nos foge, que não recuperamos, que gastamos inutilmente? O que fazer com ele?
Abro e fecho a agenda, bufo, ponho lembretes no telemóvel, sento-me e levanto-me, dou um volta, vou beber “café”, como chocolate. E repito o processo.
Os papéis, os e-mail’s e a roupa acumulam-se pelo quarto. Olho, abro a janela para entrar ar, voa tudo, desisto e vou apanhar sol.
Enceto fugas sempre que (e mesmo que não) possa.
E sonho com o dia em que me ponha a correr, a correr, a correr, a correr, a correr, sem parar, sem que ninguém seja capaz de me apanhar.

Precisava de mais vidas a fim de fazer tudo quanto quero.
Preciso de no fim da vida achar que estive totalmente errada.

Ardo em curiosidade sobre o futuro, sobre as coisas daqui a 5, 10, 25, 50 anos.
Para já, peço ao corpo inquieto que tenha força para viver hoje intensamente. O hoje e o amanhã. Bufando, retorno a abrir a agenda, pego no estojo e encho os espaços em branco. Vejo os e-mail’s e trato do que é importante, não deixando nada para trás, nada pendente.
Depressa passa a manhã… Mas há sempre tempo para procurar inspiração.

(*filme “New Years’Eve”, 2011)

Skate park

Tenho 1hora até ir buscar uma amiga ao expresso e estou sozinha.
A minha saída foi desmarcada, outra amiga está ocupada, noutro telefonema deram a entender que já o ter ligado estava a empatar.
Vou para casa, mas o calor é tanto que sei que tenho de ir para a rua. Então, vou ao Mc comer um gelado.

Sento-me na esplanada, reparo que um vizinho meu está numa mesa perto com amigos, e olha-me de modo estranho. Ignoro. Saboreio o meu stracciatella lembrando-me que, apesar de o querer devorar, ainda tenho tempo para gastar.
A paisagem consiste em homens adultos a andar de skate. O que me interessa completamente: são homens, na casa dos 30’s, jovens adultos, feitos, com cabelos a ficar grisalhos, com barriga e com roupa mais composta que o típico skater (estereótipo ao rubro!). Um deles com braçadeiras, mas todos de skate, a andar, a treinar, a fazer truques, manobras ou movimentos em rampas e corrimões!
Quase esqueço o gelado! (Quase…)
Calculo pois que terão mais idade de homens do que eu tenho de mulher.
Observam-se atentamente uns aos outros, não como se testassem forças mas procurando ajudar e melhor o outro. Não ligam a quem está à volta, não fazem barulho nem procuram chamar à atenção ou exibir-se. Especulei que servia para se divertirem…

Mas também não se riem, não parecem contentes ou super felizes.
Chega meia dúzia de rapazes, que talvez andem na casa dos 20’s. Observo e comparo. Não são iguais… Excepto na expressão.
Também não se riem, também mal conversam. Mantém-se todos em movimento, mesmo quando a estratégia é agora tu, agora eu. E estão todos concentrados, atentos, focados.
Quando se cansam, os rapazes sentam-se ou deitam-se no chão. Os homens continuam, descansam em pé, a ver quem anda.

Visto o casaco e sinto-me mais normal. O termómetro da farmácia apontava 19ºC, e isso para mim é frio, não um calor insuportável como sentia. No skate park estão todos de t-shirt, calças ou calções. Confortáveis.
Será que estou irritada por ter passado o dia a conduzir de saltos? Será que devia ter ido a casa tomar um banho para me refrescar? Comprado álcool ou ir até ao Bairro Alto?

Noutra mesa sentam-se uns putos que falam de bonecas insufláveis, de variadas idiotices em discotecas e usam todos os palavrões.
Mal têm barba.
Levanto-me e conduzo para Lisboa, antes que me sinta velha demais e vá tentar aprender a andar de skate em saltos altos.

magia.

Segundo os pacotes de açúcar da Sidul, Magia é
“a arte suprema de surpreender. É encanto e fascínio.
É ver o mundo do cimo da lua e descobrir todos os Doces Momentos da vida.”

É também por isso descobrir o que se passa cá dentro, o que se passa ao redor. Perceber que não se traz tanta coisa cá dentro, e isso não ser bom nem mau.
Ser simplesmente o que é.

E perceber que sempre se trouxe muito mais do que se pensava, quer seja pela vontade de abraçar quem não se vê à um ano, quer por um estranho ciúme ou inveja, ligeiro, simples e inocente. Por mais estranho que possa parecer haver ciúme assim. E não é bom, não é mau, é simplesmente isso. Como se fosse magia, que surpreende. Porque tem encanto e fascínio, mesmo não sendo um sentimento bonito. É como respirar um outro ar, como sentir o xisto das pedras da calçada nos pés descalços, passar a mão na relva fresca, ou o gelo da ribeira no corpo.
Não é mais, nem se trata de menos, simplesmente é… tal como a magia.

E ver no mesmo dia o nascer e o pôr-do-sol, tendo isso o mesmo encanto de sempre.
E olhar o negro do céu, discutir as constelações, apontar as cadentes que passaram, com o todo o fascínio da cidade e a cumplicidade do campo.
E pudesse eu ter mais um dia, mais uma noite, mais lata, mais certezas. E pudesse eu desdobrar-me em várias e ficar a ouvir-vos, a montar puzzles, a jogar LOL… Ou ter menos obrigações, menos preocupações, menos responsabilidade, menos cabeça. Pudesse assim eu concentrar-me mais em cada um, viver mais a minha juventude, ligar menos ao telejornal… Talvez não quisesse mais partir, nem para uma minha casa, nem para outro lado. Nem para uma vida melhor, nem para uma melhor vida. Tivesse eu juízo, como diria o priminho. Ou antes deixasse de pensar nas consequências da falta de juízo.
Mas quando mete magia…

É a magia que dá cabo de mim.

Insónia (14Ago, ~4h)

TUDO ISTO É FEITO DE MOMENTOS.

Da mãe que se levanta e diz “estás a escrever?!”; das estrelas e do céu negro; da cerveja, do vinho e da jeropiga; das adegas, das festas, do fogo-de-artíficio; das risadas, dos berros, das asneiras, dos erros.

De tudo se cria um momento.
Das coisas, dos lugares, das pessoas e dos contextos.
Do álcool a mais ou do suficiente para se perder a inibição e a timidez, que fazem sempre falar demais, sejam palavras que magoam ou palavras que apaixonam.

Ri-se, chora-se. Porque “a vida é uma passagem”.
Sobrevive-se. E isso torna-nos pessoas. Pessoas à séria, mesmo em climas pouco sérios. Amamo-nos, magoamos, magoam-nos, continuamos a amar.
E dê por onde der queremos sempre tirar uma fotografia, guardar a recordação.
Contamos histórias e falamos da nossa vida e das partes insignificantes, que queremos que os outros saibam porque fazem parte de nós.
Corremos que nem doidos pois apenas queremos que nos deixem em paz, mesmo se atrás só venha quem nos quer o melhor.
Seguimos e avançamos por caminhos que não lembram a ninguém, que ficam para nenhures, que não conhecemos… Mas vamos e avançamos, sabendo que em desespero ligamos e nos vêm buscar se for preciso!

Nem sempre são coisas de todos os dias…
Mas fazendo parte, são bem mais do que se pode explicar.
Já não são momentos. Passam a ser tudo isto que eu sou.